quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Exame da OAB é mantido

Para os candidatos que participaram da quinta edição unificada do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), obrigatório para obtenção do registro que permite o exercício da advocacia, a prova aplicada neste domingo estava mais abrangente do que a última. Os conteúdos mais diversificados nas questões, porém, não dificultaram a vida dos candidatos. A maioria dos estudantes e bacharéis ouvidos pelo iG não achou o exame difícil.

“Não estava difícil, só mais abrangente do que eu esperava”, contou Sanmya Silva, 27 anos, formada por uma instituição particular de Teresina, no Piauí. Em sua segunda tentativa de conseguir a carteirinha para atuar como advogada, Sanmya também comemorou a redução do número de questões, feita na terceira edição unificada. Ela não participou do último exame. “Fiquei muito traumatizada com a primeira fase, quando ela tinha 100 questões. Agora, não foi cansativo. Achei os enunciados mais objetivos também”, afirmou. Apesar disso, Sanmya está insegura quanto à aprovação.
Ela engrossou o coro dos candidatos que deixaram a unidade da Universidade Paulista em Brasília, onde a prova foi aplicada, sobre a impossibilidade de prever o resultado do teste. “Com uma aprovação tão baixa, a gente fica na expectativa, mas não sabe se vai passar ou não. É quase na sorte”, comentou Ildebrando Mendes, 30 anos.
Luisa Araújo, 26 anos, ao contrário, defende a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em manter a exigência do exame para que os bacharéis em Direito exerçam a carreira de advogados. Na quarta-feira, os ministros julgaram, por unanimidade, a prova constitucional.
“Não esperava uma decisão diferente e acho importante a manutenção do exame, para dar uma nivelada nos profissionais. Mas acho que ela é muito cara e a aprovação na primeira fase deveria ser válida por mais tempo. Quem não passa na segunda fase precisa pagar e fazer tudo de novo”, criticou a assessora parlamentar.
Luisa se formou em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB) e em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (Uniceub), no mesmo ano, em 2008. Só participou do Exame da Ordem uma vez, no ano passado, quando não conseguiu a aprovação na segunda fase por muito pouco. “O nível de cobrança não mudou muito, mas a redução das questões melhorou muito nossa tranqüilidade para terminar a prova”, disse.
Os candidatos ouvidos pelo iG comentaram que houve mais cobrança de conteúdos de Direito Tributário e de Direito do Trabalho do que o normal. Alguns reclamaram da quantidade de conhecimentos sobre o Estatuto da Ordem exigidos.

Foto: Priscilla Borges
Talita critica a dificuldade dos itens da prova: 'Não estamos fazendo provas de concurso'
Na opinião de Talita, 34 anos, os itens que cobraram conhecimentos de Direitos Humanos também foram surpreendentes. “Eles não costumavam cobrar esse assunto. Acho que o nível das questões também deveria ser mais fácil, não estamos fazendo provas de concurso”, analisou.
Resultados
O gabarito das 80 questões de múltipla escolha respondidas por cerca de 108 mil candidatos deve ser divulgado às 22h deste domingo. O resultado preliminar deverá ser divulgado no dia 7 de novembro. A prova da segunda fase está prevista para o dia 4 de dezembro.

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