É triste constatar como alguns setores da imprensa neste país, notadamente nas cidades do interior, estão à mercê ou a reboque dos chefes políticos locais que, não raro, são também os proprietários de emissoras de rádio e televisão, jornais e afins e, quando não o são, dão logo um jeito de controlá-los quer seja pelo aspecto financeiro (comprando o apoio e o silencio) quer seja pelo uso de ameaças. Isso ocorre no Brasil inteiro, mas torna-se mais grave quando a população atingida por isso é gente que já vive em condições piores do que outras de outras regiões mais ricas como é o caso dos sertanejos do nordeste brasileiro.
As pessoas não podem fechar os olhos e fingirem que não vêem o que ocorre sob pena de chegarmos a um ponto em que a liberdade de expressão na sua forma mais pura, denunciativa e democrática seja cerceada.
Em Araripina, além disso tudo podemos perceber a promoção de nomes de pessoas que, com pouquíssimos conhecimento, sem articulação alguma, com incapacidade gritante de articular uma única frase lógica ou proferir uma frase em bom português ( e por aí você deduz que tipo de político pode resultar) vão às rádios, apoiados por falsos jornalistas e falsos radialistas que abrem espaço movidos talvez por laços de amizade ou partidários, abordar assuntos dos quais tem parco ou nenhum conhecimento apenas para auferir dividendos políticos.
Ainda outro dia, nos causou espanto a fala de um destes que tem pretensões políticas, eleito recentemente conselheiro tutelar, que não conseguia pronunciar uma palavra sequer que não fosse de seu uso cotidiano; bastava que a palavra fosse um pouquinho incomum, que ele já se perdia na leitura e na pronuncia da mesma, sem falar no seu ponto de vista equivocado e incoerente sobre quase tudo em que resolva opinar, revelando uma pessoa de total despreparo gramatical, emocional e sobretudo, alienada dos assuntos de reais interesses da população e das soluções e politicas adequadas para os mesmos. O cidadão, não sabe, usando uma famosa expressão popular, desenhar um ó com um copo.
Quaremos, através deste pequeno exemplo, abrir os olhos das pessoas para esse tipo de prática, mostrando o lado mais gentil ou menos bruto e sórdido da coisa (não falamos do aspecto mais sujo dos coronéis modernos, dos que mandam), para que os efeitos decorrente de tais práticas sejam mínimos ou, sonhos dos sonhos, que as mesmas deixem de existir e estes pseudo-jornalistas, pseudo-políticos e pseudo-defensores do povo virem espécies em extinção.
Assim, podemos voltar a pensar em uma imprensa realmente livre e digna, uma imprensa cumpridora do seu papel social de defesa dos ideais do homem comum, uma imprensa voltada para o bem geral e não deste ou daquele outro político, deste ou daquele outro sujeito que queira fazer da vida pública um trampolim para o enriquecimento fácil.